
A série tokusatsu completa 30 anos neste 2 de outubro. Não lembro bem quando foi a primeira vez que assisti Cybercop e qual era o episódio. Eu sei que tinha meus cinco anos de idade e já gostava do negócio. A filmagem e os efeitos eram diferentes dos seriados da Toei. O que era legal no seriado eram os relacionamentos em equipe que levava a dramaticidade do programa de maneira que deixasse a criançada com o olho vidrado na telinha. Algo bastante peculiar que fazia até os pais de crianças da época acompanharem. Não chegava a ser uma novela, mas tinha episódios isolados que aprofundavam na vida pessoal dos protagonistas.
O seriado passou na Manchete entre 12 de outubro de 1990 e 2 de março de 1995. Pegou praticamente a metade do tempo bom da era de ouro do auge do boom formado por Jaspion e Changeman no Brasil, fez dobradinha com Kamen Rider Black (entre 1993 e 1994), e ainda fez trio com dois novos títulos de então: Patrine e Winspector. Pode-se dizer que Cybercop pegou fases transitórias do gênero dos heróis japoneses na saudosa emissora da família Bloch.
O sucesso foi tanto que até teve um Circo Show com os trajes originais do Japão, cedidas pela própria Toho. Fórmula já utilizada pelo sr. Toshihiko Egashira (Everest Vídeo/Tikara Filmes) com Jaspion e Changeman. As duas séries da Toei já estavam batidas por aqui e Cybercop ainda estava no auge. A Manchete fez uma chamada que rodava durante a programação anunciando a vinda dos heróis do ZAC em nosso país. Isso me animou em querer ver os atores originais. A coisa não aconteceu e me deixou frustrado. Mas foi legal ver as representações no Domingo Legal, apresentado pelo Gugu Liberato no SBT. Teve uma reportagem no Aqui Agora, pela mesma emissora, sobre o Circo Show. Nunca cheguei a assistir na época. Alguém me contou sobre isso e só assisti anos depois via YouTube. Era engraçado ver o repórter Arnaldo Duran se perder na história e pensar que o Lúcifer da trama fosse o tal anjo caído e que tivesse agora “do bem”.
Os Policiais do Futuro não tiveram muita chance no país de origem e acabou sendo um sucesso por aqui, graças ao sr. Nelson Sato, o licenciador local da época. Até Silvio Santos gostou e queria adquirir os Cybercop, mas não deu certo e foi para a Manchete. Foi melhor. Uma criança ou adolescente de hoje pode ver o seriado com olhar torto, pelo detalhe passível dos CGIs e chroma keys movidos a querosene e tal. Mas saiba que, com todos os defeitos que tem, Cybercop conquistou uma geração por contar uma boa história e fez a alegra nos dias daqueles tempos dourados onde a tecnologia não tomava tempo de ninguém como hoje.
*Texto publicado originalmente em 12 de outubro de 2013, em razão ao aniversário da série no Brasil. Devidamente revisado e atualizado.
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- Cybercop – Os Policiais do Futuro (por Alexandre Nagado, Blog Sushi POP)