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Tudo indica que a Toei quer mesmo criar uma espécie de “Vingadores” entre as franquias Super Sentai e Metal Hero. Isso é visivelmente percebido nos filmes Girls in Trouble e principalmente em Gavan vs. Dekaranger. Ambos de 2017. Aparentemente a ideia teria ficado de lado com o foco principal em Kyuranger no novo filme da série Space Squad. Um filme “1.5” como já disse o próprio diretor Koichi Sakamoto. Mas ideia ainda é mantida, apesar de que Kyuranger vs. Space Squad é um filme de “transição” para o que deve ser o propósito real dos heróis daqui pra frente.

Antes de qualquer coisa, é preciso ficar ciente de que esse não é um filme solo do Jiraiya ou algo do tipo. Aqui vemos um representante da 36ª geração de Togakure. Seu nome é Touma Amagi e o rosto não foi revelado. Tampouco sabemos sobre sua história (tendo sua voz emprestada pelo dublador Kenji Akabane). Até aqui ele não passa de um mero coadjuvante, mas pode ser que o personagem seja explorado no futuro. O motivo foi por causa da saída do ator Riki Miura do meio artístico e assim ficamos sem o novo Sharivan. Pela lógica, Sharivan poderia aparecer sem a presença de um ator e ser dublado por outra pessoa. Mas a introdução do novo Jiraiya serviu para ligar as referências.

O vilão principal é uma nova versão do vilão Dell Star (Demost). Nenhuma relação com o verdadeiro homem de 2.300 anos que desafiou Jiraiya na série de 1988. Fora o visual atualizado, o personagem não lembra um guerreiro rancoroso como era sua contraparte original. Tanto que ele nem ao menos reconhece o novo Jiraiya.

Ao abrir um portal para outro universo, Shu Karasuma, o novo Shaider, vai atrás do vilão. A partir daí grande parte do filme se passa no mundo de Kyuranger. Se você está antenado com as séries tokusatsu mais recentes, deve saber que o Super Sentai de 2017 se passa em um universo diferente da cronologia que reúne os demais 40 esquadrões multicoloridos e num futuro distante.

Veja os primeiros minutos do filme:

Quatro anos se passaram após a vitória dos heróis contra a organização maligna Jark Matter. Cada um dos heróis seguiu seu próprio caminho. Tsurugi Ohtori/Houou Soldier (Keisuke Minami) se destaca por agora ser o presidente da Federação do Espaço. Mas quem rouba cenas mesmo é Hammie/Chamaleon Green (Sakurako Okubo), que, por algum motivo, se aliou ao Dell Star.

Através das Kyutamas, a nova encarnação do ninja espacial ressuscita Mele (Yuka Hirata), Juzo Fuwa (Mitsuru Karahashi), Vasco Ta Jolokia (Kei Hosogai) e Escape (Ayame Misaki). Vilões das respectivas séries Super Sentai Gekiranger (2007), Shinkenger (2009), Gokaiger (2011) e Go-Busters (2012). Só Mele teve mais importância entre eles e com direito à menções ao eventos de Gekiranger. Quanto aos demais, serviram como capangas e só.

Kyuranger vs. Space Squad dá um enfoque maior ao super esquadrão que foi um diferencial na TV no ano passado. Peca em transformar Shu num conquistador pastelão, típico das séries tokusatsu dos anos 80. A falha mais gritante foi deixar Kotaro Sakuma ainda com aparência de 13 anos. A idade do personagem durante os eventos de Kyuranger e também do ator Shota Taguchi na época do programa dominical. Em tempo, ele teria 18 anos e deveria ser interpretado por outro ator. Fora isso, Lucky/Shishi Red (Takumi Kizu) e Geki Jumonji/Gavan Type-G (Yuma Ishigaki) estão mais comportados e deixaram de lado aquela xaropísse de gritar toda hora.

A inclusão do novo Jiraiya rendeu referências que caíram com uma luva. Lincando o fato de Hammie ser uma ninja e se aliar a um ninja do espaço. A interação de Mele com Hammie também rende boas referências. Kyuranger vs. Space Squad ainda conta com participações de Masayuki Deai (ou Bouken Silver de Boukenger), Satomi Hirose (a Tsuruhime de Kakuranger) e Yuko Takayama (Rinko Daimon de Kamen Rider Wizard).

Não foi o melhor filme da série Space Squad, mas diverte o público e abre portas para novas sequências. Possivelmente Kyuranger deve voltar em algum momento da saga que deve resgatar mais elementos da franquia Metal Hero para a nova geração.

Há cenas pós-créditos com um anúncio de um retorno de um herói bem conhecido entre o público mais velho (entenda: da época da Manchete).