
No começo desse ano escrevi esse texto sobre exibições ilegais de anime e tokusatsu na TV Diário, emissora local de Fortaleza. O tratamento é pra lá de absurdo com erros grotescos como títulos errados, episódios pulados e às vezes até fora da ordem cronológica e cortes brutos no encerramento das séries.
Ilegal porque não há sequer licenciamento e é indefensável para qualquer emissora televisiva que se preze. As séries estão “no ar” mesmo apenas como tapa-buraco. Parte das séries exibidas são licenciadas pela Sato Company. É o caso de Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya e Jiban. Outro agravante é que Maskman está sendo exibido também na clandestinidade e sequer tem autorização da Hasbro, uma vez que a nova dona de Power Rangers detém os direitos de toda a franquia Super Sentai (bem como as séries não adaptadas no ocidente). No caso de Changeman e Flashman, os direitos ainda permanecem com a Sato desde 2015, mas há um impasse para usar os personagens nos quadrinhos de Jaspion pela Editora JBC.
A prática de piratear séries japonesas é antiga nas emissoras regionais espalhadas pelo país. Fiscalização das autoridades competentes é zero. Isso atrapalha qualquer possibilidade de uma renovação de contrato de alguma dessas no futuro e desvaloriza tais títulos.
Infelizmente há quem defenda esse tipo de transmissão e chame essa e outras emissoras como “a nova Manchete”. Muito longe disso. Nenhuma emissora conseguiu repetir a mesma qualidade que a extinta emissora da família Bloch apresentava (mesmo em período de crise). Ou seja, aquele jornalismo dinâmico, as novelas ousadas e até as transmissões de carnaval com aquele velho estilo da Manchete ficaram na história e nas lembranças de quem acompanhava.
Menos, por favor.