Veja os nove erros cometidos no anime Saintia Shô; e dois acertos

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A heroína Shoko de Equuleus (Foto: Divulgação)

Nesta semana escrevi sobre os comentários da autora Chimaki Kuori quanto ao fracasso de Saintia Shô. Ela “justificou” a adaptação apressada por causa das “vendas insuficientes” do mangá. Óbvio que uma coisa não tem nada a ver com a outra. A obra original é excelente e transmite a aura do clássico de Masami Kurumada. O anime terá apenas 10 episódios. Número insuficiente para cobrir boa parte dos 12 volumes publicados até o momento no Japão (no Brasil, foram 11 pela Editora JBC).

A adaptação para TV rendeu erros crassos na trama. Quem conheceu o título apenas pelo anime provavelmente não sentiu os problemas quanto alguém que já leu o mangá. Confira:

Trama arrastada

Esse ponto é o efeito dominó no anime. O princípio dos erros. Vai saber porquê a Toei estaria apressada em narrar a série. Por causa dessa decisão, detalhes do mangá jamais saíram de lá e dificilmente será contado na TV. Melhor ter adiado para trabalhar com um pouco mais de primor do que mostrar um resultado feito nas coxas. Talvez fosse diferente se fosse uma obra dos anos 90, né?

Falta de desenvolvimento

Boa parte das heroínas foram mal introduzidas. Logo no primeiro episódio vemos Shoko procurar por sua irmã sem grandes pretensões. No mangá, ela sabe que Kyoko foi estudar na fundação Graad e por isso nunca mais voltou. Sabendo que a popular estudante Saori Kido é a responsável pela fundação, Shoko foi atrás tentando invadir a sala secreta da moça. Mii teve um certo ar de mistério que não foi mostrado no anime.

Saori cabeçuda

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Saori… é você mesma???

Ok. Alguns desenhos escapam por serem bem feitos. Porém outros são feios. A mais gritante é a Saori. Já no primeiro episódio vemos a moça com a cabeça maior que seu próprio corpo. O semblante da reencarnação de Athena também é estranho. Está longe da perfeição do desenho de Chimai Kuori. Nota: um dos nomes por trás do design dos personagens no anime atende por Ayana Nishino, que já trabalhou em Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma de Ouro. Já tira por aí essa falha.

Sem sarcasmo

Mirai e Shinato, os dois discípulos de Mayura de Pavão, não tiveram grande destaque. No mangá, eles não dispensaram bons sarcasmos durante o treinamento de Shoko para se tornar uma Saintia (e substituir Kyoko como uma Saintia de Equuleus). Lembra muito situações vistas nos animes dos anos 80 e 90. Pena que não foi para o ar. Ah, um deles guarda um segredo que é revelado num capítulo extra do mangá. Será que vai ao ar?

Atmosfera perdida

Aquele “climão” da obra de Masami Kurumada ficou visivelmente destoado quando Toki, um antigo aspirante a Cavaleiro de Bronze, apareceu. Ele foi diretamente ao encontro de Saori e foi impedido por Mii. Originalmente, Toki foi confundido por Jabu de Unicórnio e ambos tiveram uma breve conversa amigável até que ele revelou que se tornou uma cobaia da semente maligna de Eris.

Troca de dríades

Até isso foi alterado. No momento em que Toki planejava um atentado contra Athena, a pequena Emony de Malícia aparece e trava uma luta contra Mii de Golfinho. No anime, ela surge depois da morte de Toki. No mangá ela é um pouco mais travessa e maligna. Quem deveria lutar contra Athena quando Shoko volta à mansão Kido era a própria Eris, hospedando no corpo de Kyoko. Quem a substituiu no anime foi Phonos de Assassinato. Ele é quem deveria lutar contra Milo de Escorpião, mas foi morto por Ate de Ruína. Bota forçado nisso aí.

Fora de combate

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Elda de Cassiopeia no momento, do mangá, em que ela encara Máscara da Morte

Xiaoling de Ursa Menor e Katya de Coroa Boreal não sofreram cortes da Toei. Mas sobrou para Elda de Cassiopeia que teve uma aparição curtíssima no episódio 6 de Saintia Shô. Sabe-se que ela tentou impedir a destruição da Academia da Cavaleiros, causada pelo Máscara da Morte de Câncer. Sequer a moça teve uma chance de mostrar seu potencial no anime. Mas nem adianta. Deve ser resumido caso haja flashback nos próximos episódios.

A volta dos que não foram

No mesmo episódio 6 foram ressuscitados os Cavaleiros de Prata que foram derrotados por Seiya quando ele vestiu pela primeira vez a armadura de ouro de Sagitário. O motivo foi o mesmo pela volta de Toki. Isso nunca aconteceu no mangá, então dá pra tirar por aí a forçação de barra. Shun aparece após a batalha, mas no mangá a coisa foi bem natural: somente para motivar as Saintias a lutar por Athena.

Elemento desnecessário

No episódio 7, Shoko estava desacordada durante os eventos nas Doze Casas e estava sendo chamada por fantasmas do Santuário. Com isso ela presenciou o antigo Grande Mestre confiar a herança do trono para Aiolos de Sagitário, enquanto Saga de Gêmeos seria o braço direito. Viu também Saga usurpar o trono do Grande Mestre e até mesmo o momento em que o vilão enfrentava Seiya de Pégaso antes de salvar Athena. Nada disso aconteceu no mangá.

DOIS ACERTOS DA TOEI

Seiya de Pégaso

O episódio 5 foi o melhor adaptado. O volume 4 do mangá teve alguns diálogos que poderiam ser mantidos, mas também não fizeram falta no anime. Se saiu melhor por causa da introdução de Seiya na trama, momentos antes do embate contra Shiryu de Dragão no Torneio Galáctico.

Rigel de Orion

Apesar dos pesares, o anime Saintia Shô conseguiu dar algum sentido para o ex-Cavaleiro de Prata. Sua paixão por Kyoko ficou subtendida no mangá e não teve tanto trabalho. A coisa ficou um pouco melhor no anime com a inclusão de um breve flashback que confirmou isso de vez.


Um comentário sobre “Veja os nove erros cometidos no anime Saintia Shô; e dois acertos

  1. O Saintia show se passa no contexto da guerra galática, mas Saori, no Saintia, já sabe que é encarnação de Atena. Isso, na verdade, no anime clássico, só aconteceu durante a batalha contra os cavaleiros de prata. Então os contextos não são coerentes. Durante a Guerra Galática Saori ainda não havia se dado conta de que era Atena.

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