
A manhã deste domingo (22) foi marcada pelo retorno de Jaspion, Changeman e Jiraiya na TV brasileira, mais precisamente pela Band. Apesar de problemas de tratamento, que citei aqui no blog, Jaspion teve uma excelente repercussão, tanto pelo pico de 2,6 em São Paulo quanto pela série ganhar o topo nos trending topics no Twitter (leia mais aqui).
Ainda é cedo pra dizer que a estreia foi uma espécie de “salvação” do tokusatsu no Brasil. Mas a audiência – que é muita coisa para os padrões da emissora paulista – foi histórica e serviu para mostrar que os brasileiros gostam de tokusatsu e que esse tipo de material fez muita falta nos últimos anos. Parece até redundante dizer isso, mas o fato provou ser o contrário do que alguns pessimistas pregavam, até então, como “coisa de velho” e “ultrapassado”. Jaspion foi, ainda é e provavelmente será por muito tempo o maior sinônimo de herói japonês no Brasil.
As nossas emissoras de TV aberta perderam muitos anos com o jejum de tokusatsu nessa mídia. Há contextos que começaram lá em 1999, com o fim da saudosa Rede Manchete. O efeito dominó se seguiu com o cancelamento de Ultraman Tiga na Record (a emissora resolveu tirá-lo do ar, mesmo com a audiência superando Pokémon) e a consequente escassez de séries tokusatsu no mercado. Tivemos também Ryukendo na RedeTV!, em 2009, mas o nicho já estava dividido e aqueles problemas como a falta de qualidade dos DVDs de Changeman e Jiraiya ajudaram a agravar o problema daquele ano em diante.
Com os erros a gente aprende. A chance agora é de união entre os fãs para mostrar para a Band e para a Sato Company que tokusatsu é rentável sim para o mercado. Ou seja, recuperar o tempo perdido. Tirar uma série do ar ou mudar de horário são sinônimos de chances remotas de manter ou aumentar audiência. Tiga está aí como exemplo, sem contar as bruscas mudanças de horário de animês como Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z na Rede Brasil. A Band deve aproveitar o momento de quarentena e habituar o público pra não deixar a peteca cair. Se as séries estão sendo exibidas nos domingos pela manhã, é preciso ter continuidade. A emissora do Morumbi precisa seguir essa linha para não perder o rumo.
Dito isso, o que também falta para as nossas distribuidoras, ainda, é ousadia, planejamento e persistência. Sem isso, não tem como as coisas darem certo. É preciso criar estratégias de médio a longo prazo para preparar os espectadores. Tudo bem que as inserções das séries ontem foram praticamente de caráter emergencial para a Band, considerando o isolamento dos espectadores por causa da pandemia do novo coronavírus.
Mas isso pode ser uma ponta do iceberg para que mais séries – tanto clássicos como Flashman, Jiban, National Kid e até mesmo o recente Garo – possam ganhar espaço na TV em um futuro próximo. Além de incentivar outras distribuidoras a apostarem em títulos inéditos.
Tudo pode acontecer, desde que haja uma fórmula bastante estruturada para o sucesso sair do papel.
Já imagino o zero one na band sonhar nao custa nada né cesar
CurtirCurtido por 1 pessoa
Acho mais dificil.
CurtirCurtir
Exaustivamente pedi para várias emissoras e empresas que trabalham ou já trabalharam com tokusarsus, para que trouxessem as séries inéditas e dubladas. Informando que o Brasil tem público que adora tudo isso.
Outro dia sonhei que assistia Dairanger dublado. Agora só falta acontecer.
CurtirCurtir