
A notícia da volta da franquia Kamen Rider ao nosso país agitou o fandom de tokusatsu em maio passado. Nelson Sato, presidente da Sato Company, havia anunciado na ocasião a volta de Kamen Rider Black e a aquisição de uma série da era Heisei. A série escolhida foi Kamen Rider Zi-O (embora Sato dissesse que haveria uma escolha do público, que pediu Kamen Rider Build em sua grande maioria). Por mais legal que seja a intenção, ambas as séries tiveram lançamentos conturbados.
Com Black, houve uma grande correria em torno da estreia na Band. O anúncio foi realizado no dia 16 de agosto e sua estreia estava marcada para o dia 30 do mesmo mês. Segundo informações, a estreia foi marcada um dia antes do anúncio feito por Sato no evento online Geek Nation. O clássico substituiu Jaspion, que teve seus dois episódios finais exibidos no dia 23.
Como eu escrevi na minha coluna no site JBox, Sato poderia ter evitado problemas se tivesse estipulado um tempo hábil e planejado para lançar Black na TV. Não era a hora e ainda sentimos o efeito. A série sofreu uma suspensão no dia 3 de setembro pela lei dos direitos conexos. Élcio Sodré, dublador de Issamu Minami, cobrou os direitos, que deveria receber antes da estreia na Band. Black foi ao ar e o resto é história. Élcio está certo e afirmar isso não é necessariamente tomar partido e nem muito menos militar contra a distribuidora. É lei e ponto.
De novo: essa pendência deveria ter sido resolvida antes, já que a série foi para a TV. Certamente Black teria mais episódios aos domingos, antes da volta do Show do Esporte e, quem sabe, hoje estaria em algum outro horário na semana.
Se esse problema já era ruim, ficou pior com denúncias de um perfil no Twitter que acusa a Sato Company de usar legendas de fansubs na série original e nos filmes de Garo, além de outros títulos que a Sato detém no Brasil. O silêncio da distribuidora durou dias e isso acirrou o ânimos dos fãs (e até de oportunistas).

Kamen Rider Black e Kamen Rider Zi-O tiveram seus primeiros episódios adicionados na plataforma de streaming Prime Video na noite desta quarta (7). Como era de se esperar, as legendas também são de fansubs.
Tudo isso poderia cair num “colar-colou” se a Moshi Media, a empresa responsável pela legendagem das séries Kamen Rider no Brasil, não tivesse se manifestado. Cá pra nós: sua nota de esclarecimento foi legítima e não tem maniqueísmo, enrolação, dualismo e não aponta culpados. A empresa assumiu a responsabilidade, puniu os responsáveis pelo caso e prometeu viabilizar novas versões das respectivas traduções. Transparência. Ao que tudo indica, uma solução para um problema, que, por sinal, não era da responsabilidade da Sato Company.
Voltando a falar sobre Black, parece que o entrave com a dublagem está perto do fim. Segundo reportagem do site NaTelinha publicada nesta sexta (9), a Sato está negociando com Élcio sobre a volta de Kamen Rider Black na Band. O problema será encontrar um bom espaço na grade da emissora do Morumbi. Mas independentemente disso, a dublagem pode ser inserida no Prime Video. Por enquanto, apenas dez episódios estão disponíveis. O restante deverá entrar logo. Por um lado, isso poderá ser um alívio para os fãs. Por outro, pode matar toda e qualquer expectativa sobre a dublagem do último episódio inédito no Brasil, dublado recentemente pela Centauro. Se o final fosse exibido primeiro na TV, poderia ficar guardado a sete chaves, aguardando o sinal verde para ir para a TV. A repercussão poderia ter uma proporção bem maior e positiva. Mas isso não deverá acontecer, infelizmente.
Veja: esses erros com Kamen Rider Black, logo nos lançamentos, são piores que aqueles cometidos pela Focus Filmes entre 2009 e 2011, com os lançamentos de clássicos do tokusatsu em DVD. A repercussão foi além do fandom e chamou atenção da imprensa não-especializada no assunto. Tomou proporções piores nas redes sociais. Tudo isso é muito ruim para uma comunidade extremamente complicado, que deveria ser mais unido e que deveria ter lançamentos com um máximo de qualidade de seus materiais.
Que os erros sejam tomados como lição, assim todos nós esperamos.
Gostei muito da reportagem. Muito sensata. Estou esperando ansioso pela volta do Black Kamen Rider na TV aberta (dublado) e estou acompanhando legendado na Amazon. Longa vida aos Tokusatsu no Brasil em TV aberta e nos streemens. #VoltaBlack
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Uma pena que por conta desse incidente e as mudanças na programação acho que ficaremos sem ver novamente as séries clássicas na TV Aberta.
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