A luz volta a brilhar na mitologia de Ultraman Tiga. A série, que já foi exibida aqui no Brasil pelas emissoras Record e Rede 21 nos anos 2000, está sendo homenageada pelos seus 25 anos, com a nova série Ultraman Trigger: New Generation Tiga. Os dois primeiros episódios estão disponíveis no canal da Tsuburaya no YouTube (cada um fica no ar por duas semanas).
O enredo deu a entender que a trama se passa no mesmo mundo de Tiga e Dyna, mas não será necessariamente uma continuação. Por sinal, a colônia em Marte, iniciada por Daigo e Rena após os eventos do filme Ultraman Tiga: A Odisseia Final, evoluiu com o tempo. Ainda não foi revelado quanto tempo se passou desde então, porém sabe-se que a Terra (do mundo de Tiga/Dyna/Trigger) sofreu ataques de monstros gigantes nos últimos seis anos.
O tom de Ultraman Trigger é mais leve que Tiga, onde a drama e a violência e até a morte eram situações comuns. É meio repetitivo dizer que os tempos são outros e coisas do tipo, o que não deixa de ser verdade. Só que, até aqui, Trigger não é uma série ruim e a tendência é de não deixar se levar pelo excesso de infantilismo – como é o caso de um Zenkaiger da vida. Por outro lado, a carga intensa de drama é coisa que não vemos na franquia desde o final de Ultraman Nexus, que foi uma ótima série e não teve bom êxito em audiência.
O mais importante é que os elementos de Tiga estão passando por uma releitura importante nesta comemoração. Curiosamente sem perder a continuidade, ainda que seja indireta. Por ser uma série comemorativa, algumas dúvidas insistem em ficar no ar. Qual a possível ligação de Yuzare com a garota Yuna Shizuma? O quão Mitsukuni Shizuma, o pai de Yuna, sabe sobre o novo Gigante da Luz? Quem são os novos Gigantes das Trevas e por que seus nomes e visuais são tão parecidos? A TPU (Terrestrial Peaceable Union) é a antiga TPC (Terrestrial Peaceable Consortium), das eras de Tiga e Dyna? Como essa ponta será amarrada com o passado dos antigos Guerreiros da Luz?
Essas questões deverão ser respondidas ao longo da trama. Ainda é cedo para sabermos. Enfim, foi interessante ver Golba como o primeiro kaiju da semana. E ele não foi criado e/ou escolhido pra ser o primeiro por acaso, uma vez que ele é a fusão de Golza e Melba, que fizeram dupla no primeiro episódio de Tiga, destruindo estátuas de antigos guerreiros. O segundo episódio apresentou uma nova encarnação do kaiju vampiro Gymaira, que apareceu pelo primeira vez no episódio 17 de Ultraman 80 (Eighty). Gazort, do episódio 6 de Tiga, dará as caras no episódio desta sexta (23).
Sobre Kengo Manaka, o hospedeiro de Trigger, e o oposto de Daigo Madoka, que era calmo e seguro. Sempre dizendo “Smile, smile“, Kengo é desajeitado e acaba deixando rastros sem querer de sua identidade secreta. O jovem herói precisa ter mais cuidado para não ser visto se escondendo antes do Trigger aparecer, pois vai ficar muito na vista (ou se já não é que a Yuna já tenha suspeitado, né?).
As coisas deverão ficar mais interessantes com a chegada de Ignis, o caçador de tesouros vivido por Kei Hosogai. Já dá pra esperar umas reviravoltas imprevisíveis e ainda mais com a interpretação do mesmo ator que viveu como o inesquecível vilão Basco em Gokaiger.
Ah, e não tenho como fechar esse post sem falar do competentíssimo diretor Koichi Sakamoto. Ele continua nos surpreendendo com seus efeitos especiais, ângulos estratégico e coisas que só ele consegue fazer de melhor. Destaco aquela cena da luta de Trigger contra Carmeara, com direito à chuva e lama. Sensacional!
Pull the trigger!
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