Zenkaiger e a lição mais importante do episódio sobre preconceito e tourada

Gaon foi o personagem central do episódio 22 de Zenkaiger | Foto: Divulgação/Toei

Tá certo que Zenkaiger é uma série extremamente infantil, porém ela tem seus pontos positivos. Ela chega a ser curiosa justamente por passar boas lições que podem sim ser absorvidas tanto pelas crianças quanto por adultos. E o episódio 22 foi um grande exemplo disso. Além das referências de sempre (e também da notória ausência da voz de Tatsuhisa Suzuki na cena em que seu personagem, o papagaio Gege, aparece), o legal desse episódio é que ele carrega toda uma abordagem sobre preconceito.

Por um lado, Gaon foi o personagem central da trama, onde ele viveu uma espécie de crise de aceitação pelos humanos, por ser um kikanoide. Algo que ele já sentia desde o primeiro episódio, quando as duas raças passaram a conviver juntos, graças à fusão de dois mundos – a Terra e Kikaitopia. Nesse episódio, ele levou uma bronca de Juran por ter baixado a guarda (ter deixado Zenkaiju Gear experimentando a comida de Kaito e, consequentemente, ficou de fora da primeira batalha do episódio).

Por outro lado, tivemos o monstro da semana Tougyuu World, que, pelo significado em japonês, está relacionado à tourada (nada além disso), e controlava as pessoas para formar seu rebanho. O gado (sem pejoração) não se enfurecia apenas pela cor vermelha, mas também por outras cores, seguindo o comando de Tougyuu World. Nem preciso dizer que a intenção era provocar o caos na sociedade.

No fim das contas, o feitiço foi quebrado, as pessoas e até alguns membros do Zenkaiger recobraram suas consciências, o mal entendido entre Gaon e Juran foi esclarecido e as demais vítimas celebraram a reconciliação. Um episódio que tem um profundo significado sobre quem realmente somos, quais valores carregamos e que ninguém é aquilo o que outra pessoa fala. Inclusive, nossas próprias atitudes falam mais de nós mesmos do que do outro.

Danilo Modolo, que faz análises de todos os episódios de Zenkaiger no canal TokuDoc, fez uma excelente reflexão: “O quanto você usa do tokusatsu pra aprender algo novo e melhorar suas atitudes? Se alguém falou alguma coisa de outro alguém pra você, vá verificar. Não cai nela, não. Não seja o que o touro (Tougyuu World) fez com as pessoas e nem o que o Gaon fez com ele mesmo, tendo esse preconceito“.

É preciso amadurecer sempre. Independentemente das diferenças, é preciso manter o respeito e a cordialidade, manter uma boa convivência social, vivendo civilizadamente como seres humanos ou mesmo como kikanoides (por que não?). Será que fomos ou (ainda) somos infantis como Gaon foi neste episódio? Fica pra reflexão.

Já dizia a canção do rei Roberto Carlos: “Não sou contra o progresso/Mas apelo pro bom-senso/Um erro não conserta o outro/Isso é o que eu penso“. Absorver a mais importante lição disso tudo deve ser um exercício contínuo para todos nós, incluindo também a comunidade de fãs de tokusatsu. O resto é barulho.


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