Tsuburaya entra em relação comercial de ganha-perde com banimento de Ultraman Tiga na China

Série do guerreiro da luz é removida de plataformas de vídeo do país | Foto: Divulgação/Tsuburaya

A série tokusatsu Ultraman Tiga (1996~97) foi removida recentemente de várias plataformas de vídeo na China. O banimento ocorreu em 24 de setembro, junto com outros programas infantis exibidos no país. Segundo informações de portais internacionais como Global Times e CNN, o motivo é devido ao resultado de preocupações com a violência na mídia infantil.

Na mesma data, um relatório fornecido pela Administração Nacional de Rádio e Televisão confirmou a possibilidade de proibição de qualquer mídia infantil que contenha qualquer forma de “violência, sangue ou vulgaridade“. Fãs de longa data de Ultraman Tiga lamentaram nas redes sociais essa remoção.

Não apenas o público local perde com isso, mas mais prejudicada nessa história é a Tsuburaya. A produtora tem uma boa atuação comercial na China, tanto é que, neste ano, ela lançou dois canais oficiais no YouTube – sendo um em mandarim e outro em cantonês (desde 16 de março e 11 de maio, respectivamente).

Dito isso, a pergunta que fica no ar é: como ficará o retorno comercial da Tsuburaya em território chinês? Quem acompanha as séries Ultra sabe que Ultraman Tiga tem uma considerável violência. Não tão forte como nos anos 60 e 70 e nem tão moderada como nas produções recentes da franquia.

Como uma boa série com uma forte carga dramática, Tiga tinha episódios isolados com mortes de personagens. Ou seja, nada muito diferente do que vimos na era de ouro da cultura pop japonesa. Como essas características não são exclusivas do clássico, séries tokusatsu de outras épocas poderão sofrer censura. Qualquer tipo de investimento de produções do gênero na China será quase impossível, incluindo até mesmo a série vigente Ultraman Trigger: New Generation Tiga (que celebra os 25 anos do guerreiro da luz).

O governo chinês já restringe conteúdos violentos e “personagens afeminados” e isso já atingiu o novo game de Os Cavaleiros do Zodíaco. Isso sem contar o banimento do filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, e o mesmo destino pode acontecer também com Os Eternos. Aliás, os casos da Marvel são mais específicos, o que também não deixa de prejudicá-la comercialmente.

Mas Ultraman não deve mudar jamais por isso e essa é a última coisa que os fãs desejariam, independentemente de qualquer motivo. O Ocidente ainda é um terreno rentável para Tsuburaya investir nessa marca. Querendo ou não, a violência faz parte das principais franquias de tokusatsu. Não por isso, mas por suas boas histórias.


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