
Meu blog é sobre tokusatsu, animês e mangás. Mas, de vez em quando, deve rolar artigos sobre nostalgia da cultura pop em geral. Hoje resolvi escrever sobre as reprises de séries clássicas da TV Cultura, que estão no ar desde 17 de junho, em comemoração aos 55 anos da emissora paulista.
Os anos 1990 continuam presentes, e foi um acerto da Cultura resgatar programas infanto-juvenis que marcam até hoje a memória afetiva de quem já tem mais de 30 ou 40 anos, mesmo que seja por apenas três meses de exibição. Algumas afiliadas exibem programação local. Felizmente, é possível assistir à programação diretamente de São Paulo pelo site oficial da Cultura e também pelo aplicativo gratuito Cultura Play.
De segunda a sexta, às 19h, vai ao ar O Mundo de Beakman (1992). As exibições semanais vão ao ar às 19h30. Na segunda, Confissões de Adolescente (1994); na terça, Mundo da Lua (1991); na quinta, As Aventuras de Tintim (1991); e na sexta, Castelo Rá-Tim-Bum (1994).
Rever esses clássicos dá uma sensação de revival, até por serem exibidos em horário nobre, como nos velhos tempos. Mas nem tudo é perfeito.

Beakman continua com a boa e velha dublagem original da extinta Álamo, com aquelas eventuais legendas em português que apareciam quando surgem um personagem ou um experimento do dia. O formato de tela é o tradicional 4:3, mas com as laterais desfocadas. Até aí, tudo bem. Porém, a Cultura está editando os dois últimos blocos de cada episódio, juntando-os como se fossem um só. E os eyecatches (vinhetas de intervalo) foram substituídos por uma montagem feita pela Cultura, a partir de trechos da abertura da série.
Dentre as séries deste pacote, confesso (sem trocadilho) que eu não acompanhei Confissões de Adolescente na época. Eu era criança e não tinha o menor interesse. Só agora, depois de velho, estou assistindo. Longe de ser como Anos Incríveis (outro clássico que marcou época na Cultura), mas a série é legalzinha, até certo ponto. Vale a pena ver o saudoso Luis Gustavo no elenco principal.
O problema desta exibição, e também de Mundo da Lua, Tintim e Castelo Rá-Tim-Bum, é que as imagens estão esticadas para completar o formato de tela 16:9. E o baque mais sentido pelo público é que Tintim está com a redublagem de 2015, já exibida pela Netflix. Essa versão não tem a mesma graça que tinha o Tintim na voz do Oberdan Júnior, do Capitão Haddock na voz do saudoso Isaac Bardavid e por aí vai. Nem tudo sai como a gente quer, infelizmente.
Agora, bem que a Cultura poderia disponibilizar estes e outros clássicos no acervo da Cultura Play, pra gente matar a saudade mesmo. E seria mais interessante ainda ver os materiais na íntegra, sem cortes e nos respectivos formatos de tela originais. Só depende da boa vontade da emissora.