
Quem acompanha O Exterminador do Futuro sabe que a série de filmes acabou criando versões alternativas do que seria o apocalipse após o Dia do Julgamento Final, quando a Skynet domina a humanidade em 29 de agosto de 1997, segundo a trama. Produzido pelo estúdio Production I.G., o animê O Exterminador do Futuro Zero, que estreou na Netflix justamente no último dia 29 de agosto (por quê será, né?), é mais uma visão alternativa que questiona se o destino está mesmo traçado ou se pode mudar, mesmo com a humanidade cometendo os mesmos erros de sempre.
A série O Exterminador do Futuro Zero, baseada no clássico lançado em 1984, originalmente criado por James Cameron e estrelado por Arnold Schwarzenegger, não tem nenhuma ligação com John Connor, mostrando que outro personagem será o salvador da resistência contra a Skynet.
É daí que Eiko, uma membro da resistência do ano de 2022, é enviada para 29 de agosto de 1997, com a missão de impedir que o cientista Malcolm Lee finalize o desenvolvimento de sua inteligência artificial, Kokoro, que foi projetada para impedir a Skynet, mas que tem uma tendência de se rebelar contra a humanidade. Lee se torna alvo de um Exterminador, que também persegue implacavelmente seus filhos pequenos, além de sua criada Misaki, que esconde um grande segredo.
O Exterminador do Futuro Zero segue aquele velho clichê de perseguição e adrenalina como vimos nos filmes, referenciados em vários momentos, acertando na nostalgia. Por ser um animê, a violência é mais ousada e há também uma citação indireta ao ataque terrorista com gás sarin no metrô de Tóquio, que ocorreu em março de 1995.
Para criar um caminho independente das demais produções, esta série de 8 episódios tem reviravoltas com resultados imprevisíveis, incluindo uma iminente revolta das máquinas. A segunda metade do animê passa a se aprofundar mais na origem de personagens importantes, bem mais que nas consequências da Skynet. Só que a compreensão temporal sobre o futuro fica ainda mais confusa quando ela é explicada minuciosamente.
O Exterminador do Futuro Zero garante boas doses de adrenalina com pitadas de drama com o autêntico estilo japonês, mostrando que a humanidade comete os mesmos erros ao tentar depender das máquinas, ainda mais agora que estamos nos adaptando com as IAs. O roteirista Mattson Tomlin e o diretor Masashi Kudo fizeram um ótimo trabalho que pode, sim, atrair tanto os nichos de cinema quanto os de animação japonesa. Um belo presente de aniversário para o Exterminador original, que completa 40 anos logo mais em 26 de outubro.