‘Superhuman Samurai’ completa 30 anos

Servo, o herói gigante do mundo dos computadores | Divulgação: DIC/Tsuburaya

Na esteira do sucesso de Power Rangers, a Saban resolveu lançar o spin-off VR Troopers no final de 1994. Mas essa não foi a única tendência ao adaptar uma série japonesa de tokusatsu para uma produção americana. A DIC Entertainment entrou na concorrência e assim surgiu Superhuman Samurai Syber-Squad. Ou simplesmente Superhuman Samurai, como ficou conhecido no Brasil em sua passagem pela extinta Manchete.

Estreando em 12 de setembro de 1994, a série é uma adaptação americana do clássico Denkou Choujin Gridman, produzido pela Tsuburaya (a mesma de Ultraman) entre 1993 e 1994. O herói principal é o adolescente Sam Collins, que um dia recebeu um pedido de socorro do programa de computador Servo. Sam se une ao herói gigante da realidade virtual ao tocar uma nota em sua guitarra e dizer “Samurize!”.

Ao seu lado estão o baterista Tanker, a tecladista Sydney e o baixista (e autodeclarado “cadete espacial”) Amp, que pilotam veículos que formam uma armadura especial para Servo. O grande vilão é Kilokahn, um vírus de computador que conta com a ajuda do estudante Malcolm Frink – apelidado como “pedaço de carne” – para criar os gigantes Mega-Virus.

Superhuman Samurai apostava em dois nomes do cinema norte-americano. Matthew Lawrence, que viveu um dos filhos do saudoso Robin Williams no clássico Uma Babá Quase Perfeita (1993), interpretou Sam Collins. Tim Curry, ator e produtor conhecido por atuar em Congo (1995), Os Muppets na Ilha do Tesouro (1996) e Os Sete Suspeitos (1985), era quem originalmente emprestava a voz para Kilokahn.

Imagem promocional com o elenco de Superhuman Samurai | Divulgação: DIC

Totalizando 53 episódios exibidos pela emissora americana ABC, por transmissão de syndication, Superhuman Samurai era uma produção que economizava bastante em cenários realizados em estúdio. Para se ter uma ideia, Elizabeth, a irmã caçula de Sam, nunca apareceu e só se comunicava com ele por interfone. Era uma série bobinha e que não tinha grandes pretensões, mas vez por outra divertia. Talvez por conta da dublagem feita pela extinta Gota Mágica, que havia escalado Hermes Baroli para dublar Sam/Servo, Gilberto Baroli como Kilokahn, entre outros grandes nomes conhecidos de Os Cavaleiros do Zodíaco.

Falando nisso, aqui no Brasil, Superhuman Samurai estreou em 25 de março de 1996, marcando a estreia do bloco JapAction, exibido no horário nobre da extinta Manchete, junto com a reprise de Ultraman (que foi exibido pela primeira vez na TV brasileira com a redublagem feita pela BKS). Ficou na emissora carioca até meados de 1997 e retornou à TV brasileira no ano 2000, pela CNT.

Em entrevista à edição única da revista Gyodai (2005), Nelson Sato, CEO da Sato Company, afirmou que queria trazer Gridman para o Brasil, mas teve que levar a adaptação americana devido à imposição da própria Tsuburaya na época.

Curiosamente, na mesma época da exibição original de Superhuman Samurai, a DIC também produziu a constrangedora série Os Jovens Guerreiros Tatuados de Beverly Hills, exibida no SBT de 1995 a 1997. Inclusive, Os Jovens Guerreiros contou com a participação especial do ator Kevin Castro — o Tanker em Superhuman Samurai — como Rick, o quinto herói chamado Orion que apareceu em um único episódio.

Elementos da versão americana de Gridman foram utilizados nos animês SSSS.Gridman e SSSS.Dynazenon, uma vez que a abreviatura “SSSS” faz referência ao Superhuman Samurai Syber-Squad. Embora não tenha a mesma popularidade de Power Rangers, Superhuman Samurai é carismático e conseguiu agradar até quem não curte adaptações americanas. Foi boa para os padrões, apesar das próprias limitações.


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