Revisitando Kamen Rider Build: uma nova esperança para o tokusatsu no Brasil começa agora

Após 404 dias de espera, a dublagem de Build está entre nós | Divulgação: Toei

Aproveitando a tão aguardada estreia da dublagem de Kamen Rider Build, que aconteceu na noite desta segunda (9), exclusivamente para os assinantes do Clube de Membros TokuSato, da Sato Company, resolvi escrever sobre cada episódio após os respectivos lançamentos. É até estranho (re)fazer uma análise de primeiras impressões de uma série que me fez roer as unhas e me deixou na ponta do sofá. Mas vale a pena voltar ao passado mirando a versão brasileira realizada pelo estúdio CLONE.

Se você está lendo este review e nunca assistiu Kamen Rider Build, fique tranquilo, porque eu não vou e não quero estragar sua experiência. Os comentários que surgirão neste mesmo Blog Daileon vão respeitar a sequência da exibição, sem spoilers (prometo). Afinal, a intenção é comentar um episódio após cada lançamento da dublagem. Ou seja, será mais ou menos como já venho fazendo por aqui atualmente com Kamen Rider Gavv e Gozyuger.

Outra perspectiva

Na época da estreia de Build no Japão, os meus textos ainda eram publicados na primeira versão do blog, em outra plataforma. Lá eu dizia: “Ainda é cedo pra avaliar as primeiras impressões, mas foi uma boa estreia e a premissa é interessante. Por sinal esta deve resgatar o clima dos primeiros Heisei Kamen Riders e este provavelmente será o último da atual era que está chegando ao fim”.

Sento Kiryu se prepara para se transformar e fazer o seu “Best Match” | Divulgação: Toei

Sim, critiquei o fato da mecha do cabelo de Sento Kiryu, o alter ego do herói-título, se levantar em alguns momentos. Achava desnecessário, mas esse motivo será entendido com o tempo. Até apontei um erro de continuidade na cena em que Sento e Banjo Ryuga se tornam fugitivos, mas

Apesar disso, eu reconhecia que “isso é só um detalhe que não deve atrapalhar a trama”. Só que eu não imaginava o quão Kamen Rider Build seria marcante para os espectadores no geral. Muito menos pensava que o título seria lançado oficialmente no Brasil e que veria os personagens falando a nossa língua portuguesa (Pasquale).

A Tragédia da Sky Wall

Kamen Rider Build cativa desde o início com ficção científica, situações parecidas com dorama e principalmente por seus personagens carismáticos — que enfrentarão várias adversidades. A série se passa em uma realidade alternativa diferente das produções anteriores, onde o Japão foi dividido em três regiões: Hokuto ao norte, Seito a oeste e Touto a leste.

A materialização da Sky Wall | Divulgação: Toei

Isso aconteceu devido ao fenômeno batizado como a Tragédia da Sky Wall, ocorrido 10 anos antes do início da série. A muralha que dividiu o país se materializou por causa do poder da misteriosa Caixa de Pandora trazida do planeta Marte. Agora, nos dias atuais (pelo menos à época), organismos misteriosos conhecidos como Smash estão aterrorizando a humanidade.

Sento, um jovem físico que investiga sobre a Caixa de Pandora, luta contra os Smash ao se transformar em Kamen Rider Build. O ponto de partida da trama se dá quando Sento e Ryuga, um acusado de assassinato, se tornam fugitivos da região de Touto. O que vem agora são várias reviravoltas que vão deixar a trama ainda mais imprevisível.

Vale citar que o primeiro episódio de Kamen Rider Build fez duas referências à série original de 1971. A primeira, na cena do experimento de Sento e Ryuga, é uma referência ao Takeshi Hongo, o alter ego do primeiro Kamen Rider em seu episódio de estreia. E a segunda foi com a aparição de Night Rogue, que foi chamado de “Homem-Morcego” por Sento. O Homem-Morcego (que não é o Batman) era o nome do monstro do segundo episódio de Kamen Rider.

Best Match!

A dupla Sento e Banjo | Divulgação: Toei

Originalmente, a estreia da dublagem de Kamen Rider Build estava marcada para 1º de maio de 2024, no Prime Video — que continua segurando esta versão em português, sabe-se lá por qual motivo. Por ironia do destino, foram 404 dias de espera (o número lembra aquele código de erro de “Página não encontrada”).

Há males que vêm para o bem. A nova estratégia da Sato Company, visando salvar a dublagem e obter retorno sobre o investimento, veio em boa hora e deu ainda mais sentido para engajar os fãs, com exibição em conta-gotas — dois episódios por semana, todas as segundas e quintas-feiras.

A dublagem está excelente! Ouvir os personagens falando em português pela primeira vez é uma experiência emocionante. Meus amigos Danilo Modolo (do canal TokuDoc) e o tradutor Gustavo (Gustavaum) Iracema participaram da consultoria e revisão da dublagem. Eles cuidaram nos mínimos detalhes e agora veremos semanalmente o resultado de todo o processo.

É um grande momento para os fãs da melhor série da franquia produzida até hoje. Uma nova esperança nasce para o tokusatsu no Brasil, e tudo isso dependerá da recepção do público. Valeu a pena esperar!


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