Kamen Rider Zi-O: estreia corrida ultrapassa Decade e mostra como criar um fan service primoroso

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O último Heisei Kamen Rider

Capítulos de estreia da franquia costumam mostrar muita ação e dar uma boa impressão para o público. Por ser uma série comemorativa e a última da era Heisei, Kamen Rider Zi-O carrega tudo isso e também uma grande responsabilidade ao homenagear seus antecessores com dignidade e prometendo superar o fiasco desta geração que foi Kamen Rider Decade.

O enredo lembra um pouco premissa da primeira série de 2009 (a segunda foi Kamen Rider W) que mostrava Tsukasa Kadoya como destruidor de mundos e pivô da grande guerra dos Riders. O projeto perdeu a mão com o passar dos 31 episódios e lacunas ficaram abertas desde então. Com Kamen Rider Zi-O a coisa pode ser diferente. Afinal, a Toei deve ter aprendido com os erros do passado e preparado uma trama mais caprichada para encerrar a atual era com chave de ouro. Pelo menos era essa a impressão deixada desde as primeiras divulgações da nova série que estreou na manhã deste domingo (2) pela TV Asahi.

O tema de abertura tem aquela tradicional (goste ou não) pegada pop, algo característico nos últimos tempos da franquia. Desta vez com Shuta Sueyoshi (da banda AAA) e ISSA (da banda Da Pump) interpretando “Over “Quartzer””. Ambos cantaram os temas de Kamen Rider Den-O (de 2007) e Kamen Rider 555 (de 2003), respectivamente. Falando em música, a trilha sonora chama atenção pelo ritmo árabe. O responsável é o compositor Toshihiko Sahashi, que trabalhou nas séries Kamen Rider Kuuga, Kamen Rider Agito, Kamen Rider Hibiki, além de outras séries de animê (entre elas algumas da franquia Gundam).

A série é focada no jovem Sougo Tokiwa (Sou Okuno), um jovem de apenas 18 anos que deseja ser um rei. O que ele não sabia é que ele se torna um rei demônio (maoh) daqui a 50 anos. Aparente calmo e oposto do seu próprio eu do futuro, Sougo é protegido por Tsukuyomi (Shieri Ohata) que avisa sobre seu destino no futuro e o caos que ele provocará. Sougo decide se tornar um Kamen Rider para se tornar um rei e aceitar seu destino, porém renegando seu lado maligno, ao menos nesse primeiro momento. Tal decisão provoca uma rivalidade com Geiz Myokoin/Kamen Rider Geiz, que está determinado a acabar com Sougo antes que ele se torne um rei demônio.

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Ryuga (Cross-Z) e Sento (Build) ao lado de Sougo (Zi-O) e Geiz (Geiz)

A estreia foi corrida, mas conseguiu transmitir seu propósito com muita ação, viagem no tempo e, é claro, referências aos Heisei Kamen Riders. Uma dessas é a pistola laser de Tsukuyomi que faz uma clara alusão a Kamen Rider 555. O mais legal ainda foi ver Sento Kiryu (Kamen Rider Build) e Ryuga Banjo (Kamen Rider Cross-Z) logo neste episódio. Os dois terão mais destaque no próximo episódio. Mas o mais curioso aqui é que eles aparecem num determinado ponto do ano 2017, onde Sougo voltou ao passado. Quem viu o final de Kamen Rider Build sabe que a antiga realidade dois dois heróis foi transformada numa outra onde não existe a Sky Wall. Dando a entender que o mundo que Build criou é o mesmo de seu sucessor e, por algum motivo, dos demais Rider. É coisa que deve se confirmar ao longo da trama. Além disso, Build serviu de referência para a primeira cobaia dos vilões Time Jackers na mutação de humanos em Another Riders. Versões malignas dos motoqueiros mascarados e que carregam – escancaradamente – o nome do herói e ano de estreia. As próximas séries confirmadas para homenagem são Kamen Rider Ex-Aid (2016) e Kamen Rider 555 (2003).

Kamen Rider Zi-O mostra que tem o potencial para fazer uma justa homenagem aos Heisei Riders. Por sinal, os produtores Shinichiro Shirakura e Naomi Takebe estão se empenhando em tentar resgatar o máximo possível de atores do passado para voltarem aos seus papéis de origem. Resta saber se Joe Odagiri vai mesmo topar em reprisar o papel do sonolento Yusuke Godai/Kamen Rider Kuuga até o final.

Por si só, o novo herói provou nesse primeiro momento que veio para criar um bom e divertido fan service, como a franquia Kamen Rider merece e com mais organização. Rider time!

*Escrevi também sobre Kamen Rider Zi-O nas edições #7, #9 e #12 da Coluna do Daileon, via JBox.


3 comentários sobre “Kamen Rider Zi-O: estreia corrida ultrapassa Decade e mostra como criar um fan service primoroso

  1. Belo post, César. Pontou bem alguns pontos interessantes que a série pode apresentar, só acredito que ele ainda devem polir um pouco mais a personalidade do Sougo/Zi-O e dar uma justificativa mais plausível do porque ele quer se tornar um rei(Ser rei porque é meu destino fica algo meio parecido com o Tendo/Kabuto de ser o escolhido porque sim.). E duas perguntas como você acha que eles vão trabalhar com o Decade?(já que ele é o único Heisei Rider que não teve o seu Rider Watch mostrado) E com a dupla Agito e Kuuga, já que ambas as séries são uma sequência da outra, até pelo o que aparenta eles irão utilizar o esquema de episódio duplo para que ele consiga o poder de cada Rider(ao melhor estilo Gokaiger de ser)?

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    1. Oi, Wantyur. Tudo bem? Espero que a motivação de Sougo seja maturada com o tempo. Hoje ele pode querer apenas ser rei e não ter a menor ideia do preço que pode pagar por isso. Tal pode fazer com que o personagem cresça encarando seu próprio destino. Sobre os outros Riders, prefiro não criar expectativas. Espero que cada um tenha uma boa homenagem e que alguma lacuna ou outra de Decace seja respondida. A série do “destruidor de mundos” teve muitas falhas, mas ainda assim foi divertida. Abraços.

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