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Depois do sucesso de Power Rangers – O Filme (1995), a Fox e a antiga Saban resolveram produzir mais um filme da franquia. Foi então que em 28 de março de 1997 surgiu um segundo filme chamado Turbo: Power Rangers 2 (Turbo: A Power Rangers Movie), que serviu como prólogo do clássico Power Rangers Turbo.

Esta produção também foi 100% original (entenda: nada de cena japonesa), mas boa parte dos elementos foram adaptados de Gekisou Sentai Carranger, a série Super Sentai de 1996. Por isso mesmo vemos uma formação do Turbo Megazord e seu cockpit bem diferentes da série de TV (que nada mais eram que reciclagens das cenas de Carranger).

Turbo foi o único filme da franquia que teve ligação direta com uma série de TV. Ou seja, você tem que assistir ao longa para entender o porquê da mudança de uniformes dos Rangers, como Divatox se tornou a vilã principal e também como o pequeno Justin substituiu Rocky e se tornou Ranger Azul.

Morfar em Turbo!

O filme se passa logo após o final de Power Rangers Zeo. Importante destacar que o poder Zeo não foi extinto, mas foi substituído pelo poder Turbo. Para justificar isso de alguma forma, vemos apenas um vislumbre da transformação de Kat para a Zeo Ranger Rosa em uma das cenas. Aliás, uma coisa que jamais foi explicada é como e por qual motivo o Centro de Comando mudou de cenário (sendo reaproveitado na série de Turbo).

Detalhes à parte, o filme apresenta pela primeira vez a (engraçada) vilã Divatox, que chega à Terra para despertar o demônio Maligore e… se casar com ele (!). Ela também persegue o mago Lerigot, que chega ao nosso planeta por acidente. Tommy, Adam, Tanya e Kat partem para salvá-lo, mas Rocky ficou de fora dessa aventura por uma lesão durante um treino de artes marciais.

Os Rangers contam agora com um novo poder e com os Turbozord, que são carros em tamanhos normais que podem se agigantar para formar o Turbo Megazord. Durante a jornada, os Rangers contam com a ajuda de Justin, que passar a substituir Rocky desde então.

Jason e Kimberly, os primeiros Rangers Vermelho e Rosa, respectivamente, e mais a dupla Bulk & Skull são sequestrados por Divatox para serem sacrificados para o despertar de Maligore. Daí em diante, é muita ação e aventura típica dos filmes dos anos 80 e 90, como o diretor Steven R. Miller queria.

Além dos bons efeitos especiais, os americanos também fizeram seus efeitos práticos de tokusatsu, superando até a qualidade das séries Super Sentai da época. E não menos importante, as cenas de ação foram coordenadas por Koichi Sakamoto, que estava começando a se destacar na franquia Power Rangers e mais tarde seria um importante diretor de várias produções originais de tokusatsu.

Turbo: Power Rangers 2 teve repercussão negativa nas bilheterias e foi bastante massacrado pela crítica da época, mas não chega a ser de todo ruim. O filme é importante para a então nova fase, que teve ligação direta com a série Power Rangers no Espaço. Turbo estreou em algumas salas de cinema no Brasil, em meados de 1997 e depois ganhou lançamento em vídeo.

Em março do ano seguinte, o extinto canal pago Fox Kids estreou a série Power Rangers Turbo. Para impulsionar mais ainda a divulgação, era exibido um vídeo clipe do tema de abertura, com cenas do filme e até umas dançarinas mascaradas na cova de Maligore (!).

Ah, vale registrar que a Fox Kids também convidou o ator Roger Velasco para participar de uma série de entrevistas realizadas pela brasileira Michele e outros apresentadores mirins e latino-americanos. Mas ninguém sabia direito quem era o ator, que mais tarde apareceria como Carlos, o segundo Ranger Verde de Power Rangers Turbo. Infelizmente esses materiais são difíceis de serem encontrados na internet.

Bastidores

Curiosamente, o título do filme seria Power Rangers: Race to the Volcano, com cerca de 3 horas de duração. Mas por ser voltado para o público infantil, esse tempo talvez fosse cansativo para as crianças. Algumas cenas que estavam no roteiro original tiveram que ficar de fora, como Tommy enfrentando um crocodilo, os Rangers lutando debaixo d’água com power ups submarinos e fariam amizade com uma sereia na ocasião, Adam e Tanya resgatando Jason e Kimberly e mais foco em Justin, o pequeno Ranger Azul (que podia crescer durante a morfagem). Isso sem contar que Divatox teria outro visual e se chamaria Darvia.

De acordo com as notas de produção, as gravações de Turbo: Power Rangers 2 duraram 4 meses e tiveram locações no estado da Califórnia, além de algumas cenas filmadas no Havaí e no Japão. Os Turbozords do filme foram desenvolvidos por George Barris (1925~2015), o mesmo responsável pela criação do Batmóvel da série clássica o Batman (1966), do carro KITT da série A Super Máquina (1982), entre tantos outros. E os barcos que aparecem durante a aventura são os mesmos utilizados no filme Amistad, de Steven Spielberg, que estreou em dezembro de 1997.

Justin entrou no lugar de Rocky, pois o ator Steve Cardenas pediu para sair da série, a fim de seguir carreira como professor de artes marciais. Blake Foster tinha apenas 11 anos e já havia participado de algumas produções para cinema e TV, como no episódio 18 da terceira temporada de Barrados no Baile. Foster foi indicado para o Young Artist Awards, mas não venceu a premiação.

Jason quase ficou de fora do filme, pois o ator Austin St. John não queria voltar, mais foi convencido pelo diretor Miller a participar. Em troca, St. John queria que Jason fosse possuído pelo mal em algum momento do filme, pois gosta de personagens do tipo baddest. Amy Jo Johnson fez sua última atuação como Kimberly neste filme e a personagem também ficou má por algum momento.

Falando em mal, o visual de Maligore foi reaproveitado em Power Rangers no Espaço para representar o Espectro Negro, o grande monarca do mal que encabeçava a aliança entre os vilões principais da era Zordon.

PS: Turbo: Power Rangers 2 está disponível atualmente no Star+, o segundo serviço de streaming da Disney, com a dublagem clássica da extinta Herbert Richers.